terça-feira, 20 de junho de 2017

Pódicrê, pivéti...

trecho da conversa lombrada que Abijupaé Trremoço teve com Atabaquara Catulo e que foi gravada por Gargamel Gaia Filho sem autorização dos conversadores


(...)


- Sempre achei esquisito demais as pessoas que têm a arrogância de querer determinar o que o outro deve fazer...

- As ideologias estanques, ortodoxas, paralisativas, disseminadas fortemente por igrejas, escolas, seitas, grupos políticos de esquerda e de direita enquadram as mentes em padrões de comportamento, pensamento e ação que bloqueiam o vir a ser do indivíduo enquadrado, paralisam a potência dessa pessoa, a mágica do novo que essa pessoa poderia ser e praticar. Isso leva a pessoa a frustação, a não conseguir cumprir o que é estabelecido pelo pastor, intelectual ou autoridade política (de direita ou esquerda) - por isso leva à depressão, à angústia.

- Pódicrê, pivéti...

- O mais irônico disso tudo é que os que estabelecem os padrões rígidos dificilmente os cumprem e também sofrem com isso em muitos casos (em outros não, porque há canalhice consciente). Mas tendo a querer interpretar a coisa sem a ideia de bem versus mal: o que há é um rolo compressor das ideologias que são reivindicados por uma necessidade humana inventada em algum momento - no começo da linguagem? ou no começo da RAZÃO? - e que tenta dar respostas ao como irei me comportar nesse período de poucos anos - 40, 70, 90... - que chamamos de vida.

- Pódicrê, pivéti...

- Mas a gente olha pra rua e vê as contradições concretas. As nossas, as dos outros, as das relações todas. E qual é a resposta mais rápida pra resolver isso tudo? É se atrelar a algum grupo ou razão já estabelecidos, programados, com prédio, endereço fixo, organização, horários pra cumprir, reuniões.

- Pódicrê, pivéti...

- Acho que todo mundo busca a leveza...

- Pódicrê, minha jóia...