quinta-feira, 28 de março de 2019

Seres Pitorescos de Planetas Peculiares (1)



Festeró Piplica. Habita a galáxia Deodérus Zuadis.

Um polvo aranha com nariz de folha, flores carnavalescas no pescoço e conjuntivite – diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.

Em Deodérus Zuadis não existe a noção de ciência e isso faz dos Festerós Piplicas seres muito tranquilos.

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Siriri de Jabaculéba. Habitou a galáxia de Zuninim 45-XZK, em diversos planetas, entre eles o famoso Candraco Assu. Extinto no ano de 9.567.890 a.G (antes de Guzimauro Souza). 

Uma minhoquinha orelhuda cheia de dedos, olhos profundos e aparelho nos dentes – diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.

Siriri de Jabaculéba só se alimentava de Petrônios-beta, uma espécie de similar do cogumelo de nossa era terrestre. Toda refeição que fazia era seguida de alucinações extremamente prazerosas. 

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Infâmulus Comensalis. Habita a galáxia de Gazózus Feldisganço há cerca de bilhões de anos e habitará ainda por mais bilhões.

Um inseto-homem com olhos alucinados e diversas patas-mãos, e que, por ter correntes fluviais em seu crânio, consegue desenvolver vida ao seu redor, com peixes, gato, cachorro, coelho e seres-humanuzinhos habitando sua cabeça-planeta - diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.  

Em Gazózus Feldisganço existe muitas, mas muitas vidas mesmo. Seres-vivos pá porra. Nessa galáxia também há uma espécie de noção comunitária de criação dos seus habitantes. Todo mundo cria todo mundo. Essa espécie de noção comunitária também se estende ao nascimento e a morte, já que há Infâmulus Comensalis nascendo e morrendo o tempo todo, o que faz com que o nascimento e a morte não causem comoção em seus habitantes, já que são coisas triviais e abundantes. 


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Sir Malaquias Albuquerque Tobias, vulgo Totô Maravilha. Habitou a galáxia Hochimin Smith 4.184.987 em alguns planetas, e também vagou poraí, como uma ilha flutuante do espaço infinito de meu Deus.

Uma coisa mutcho lôka – diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.

Em Hochimin Smith 4.184.987 o modo de organização econômica é muito confuso, inclusive para seus habitantes. Já Sir Malaquias Albuquerque Tobias, vulgo Totô Maravilha, é um cara legal pa carai, só conhecendo mesmo ele prucê ver, casco bico co jeitão dele.


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Esse é um Xibóquinha Kamazadarus. Habita a galáxia de Frikszmtsz 4567-XRTW.

Um homem mola com quatro orelhas: duas orelhas com lóbulo e duas orelhas sem lóbulo – diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.

Em Frikszmtsz 4567-XRTW - não tente pronunciar, dizem que nem é bom -, os Xibóquinhas têm uma visão de mundo muito curiosa. Uma visão de mundo tobogânica e gangorrélica: o mundo está sempre descendo e subindo, descendo e subindo, descendo e subindo.


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Vasgo Cabuloso Pintósus. Habitou nos anos ímpares a galáxia de Gangsta Rap RTG-87 e nos anos pares a galáxia de Sapólium Rádius Cremosus, até sua extinção, no ano de 345.678 a. C. (após Crista).

Um ser-fechadura, uma forma de vida misteriosa, uma metáfora da condição humana em suas variadas matizes dentro da síntese de múltiplas determinações que determina o complexo dos complexos que rege dúvidas, amálgamas, capilaridades, incertezas, porvires – diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.

Vasgo Cabuloso Pintósus, Vasgo Cabuloso Pintósus... ai, que saudade de você, meu queridão.


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Curirico: habita sozinho o planeta Curirico.

Uma pedra ou bolacha do mar terrestre – diria um desavisado terrestre de nossa era, mas não é nada disso. O cérebro humano de nossa era não tem vibrações suficientes para compreender esse tipo de vida. E nosso idioma português-brasileiro não tem sonoridade, sílabas, fonemas e entonações para explicá-lo através de palavras.

Curirico fica lá.