segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O Assunto

Tem um povo que ridiculariza o costume das pessoas que pouco ou mal se conhecem em falar sobre o tempo. "Esfriou, hein", "Vai chover", "Esquentou pa porra", "Tempo doido"...
Dizem que é falta de assunto.

Não, meu amiguinho, esse é O ASSUNTO. Isso é o que está no íntimo da existência de cada um. Já que a divisão altamente complexa do trabalho não nos permite mais controlarmos porra nenhuma da reprodução de nossa existência (não plantamos nossa comida, não fazemos nossas roupas, não sabemos pra onde vai nosso lixo, nossa merda), sentir o tempo, o clima, é o que nos faz gente, é o que mais nos aproxima dum existir conectado com a terra.

Um assunto importantíssimo, que está ligado ao íntimo do que nos é mais animal, mais existidor (que palavra linda!) no mundo. Mais do que qualquer outro assunto que julgamos importante.

É. Tem a geopolítica. Que talvez seja um assunto que parelhe com as impressões sobre o tempo.

Impressões sobre o clima e geopolítica. Disso que temos que conversar. O resto é besteira.

Falando nisso, o clima em Campinas é muito doido, cês não acham? É um esquenta-esfria sem fim, tamo em novembro e voltei a por calça e agasalho pra sair de noite.

domingo, 24 de novembro de 2019

pra FETQUIM

trabalho pra FETQUIM (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico)

pré roteiro pra agá quê vindoura

Rodolfo Almeida A dinâmica voz-chocalho lembra um pouco algumas músicas do Arnaldo Istvan Cabreúva, não duvido que haja participação do Titiolino no álbum "Istvan Cabreúva & Amigos" (1977), só que no caso há três faixas ("Tarde demorada", "Insumos artificiais para voz anasalada" e "Era uma vez em Piumhi") com voz, chocalho e violão de doze cordas. Não encontrei imagem da capa do álbum, muito menos informações detalhadas sobre cada faixa, para saber quem são os "Amigos" reais ou imaginários que colaboraram nas gravações.
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  • Editora Xerósqui
    Editora Xerósqui Sim! Sepúlveda Titiolino participou desse álbum "Istvan Cabreúva & Amigos", assim com sinal tironiano (&) mesmo, mas depois houve uma treta entre eles por questões políticas - Titiolino seguia a tradição comunista albanesa, enquanto Cabreúva capitulou em torno da autogestão centralizada iugoslava. Mas em 1981 eles voltaram a gravar juntos também num disco de Istvan, o psicodélico "Istvan Cabreúva & Inimigos". Que disco!
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  • Rodolfo Almeida
    Rodolfo Almeida Rapaz, depois de muito procurar, encontrei uma ripagem do lado A do "Istvan Cabreúva & Inimigos", com uma faixa de 18 minutos e 53 segundos, provocativamente nomeada de "Hoxha invernal". Do lado B, não encontrei a faixa, que parece chamar-se "Variações sobre Tito-Tito no fubá", em lugar algum pela internet (tenho procurado principalmente pelo Soulseek). O som, da metade do álbum que ouvi, mistura uma guitarra distorcida, atabaques, chocalho e o já celebrado violão de doze cordas, que carrega melodias posteriormente semelhantes às de Willian Senna em o "O homem do madeiro" (1985), que empresta também muita coisa de alguns álbuns do John Fahey, que, por fim, guarda semelhanças com o misterioso violonista da década de 1930, João Quatro-Dedos (que, até onde sei, tinha todos os dedos, das mãos e dos pés).

    Valeu pela recomendação!

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

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Quase todo mundo condena comportamentos alheios o tempo todo. Critica, julga, desaprova, ridiculariza. Mas tem uma prática que todo mundo respeita: a do sujeito depositar tudo que ele é no seu filho. Isso pode suave. Cê não vê pessoas condenando pais - sejam de esquerda, de direita, religiosos, ateus - por fazerem seus filhos os imitarem, copiarem seus valores, repetirem o que eles fazem, acreditarem no que eles acreditam. Acho isso curioso.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019