quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

outra lista

Esses dias o Binho postou no facebook o disco "Chapada do Corisco"(1979) dos irmãos piauienses Clodo, Climério e Clésio e eu comentei algo como "melhor disco do Brasil ao lado de '20 Palavras Girando ao Redor do Sol'(1979) da Cátia de França". Daí o Gabriel comentou e colocou na lista de melhores discos do Brasil o "Pessoal do Ceará"("Meu corpo minha embalagem todo gasto na viagem", 1973), disco do Ednardo, da Teti e do Rodger Rogério (o repentista do Bacurau).

Isso me fez lembrar da lista que a revista Rolling Stones fez em 2007 com os 100 melhores discos da música brasileira. Esses três discos não estão nela. Doido isso.

É claro que esse meu sentimento de que os dois melhores discos são o da Cátia e o Chapada do Corisco se referem ao que sinto hoje, isso sempre varia muito, e junto com esses dois só sentindo um pouco aqui já me vem no mínimo mais uns quinze na cabeça.

Mas voltando a falar da lista da Rolling Stones, um amigo, o Fabinho, gravou ela em 2008 num DVD e me deu de presente. Isso numa época que já tinha internet mas era muito difícil acessar disco online. Foi o melhor presente que já ganhei. Ficava escutando no DVD duma televisãozinha, álbum por álbum, foi coisa linda. Ali conheci "Lóki" do Arnaldo Baptista e "Coisas" do Moacir Santos. Me marcaram muito esses discos.

Como não tinha essa facilidade de ouvir discos que tem hoje, ter de repente cem albuns de uma vez era muuuita informação. Até hoje acho que é, costumo ficar semanas escutando um disco só, como fazia na minha adolescência nos anos 90.

Essa lista da Rolling Stones é muito boa - apesar do Ira e dos Los Hermanos terem dois discos cada nela, uhauhauha -, mas falta muito álbuns que acho muito foda e somaria à lista:

Os três já citados com certeza.
"Cantoria 1", 1984, do Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar e Xangai;
"Alucinação", 1976, do Belchior;
"Orós", 1977, do Fagner com o Hermeto Pascoal;
"Maravilhas Contemporâneas", 1976, do Luiz Melodia;
"Acorde", 1979, da Roze;
"Enxugando Gelo", 2003, BNegão & Os Seletores de Freqüencia;
"Era uma vez um homem e seu tempo", 1979, do Belchior;
"A Marcha Fúnebre Prossegue", 2001, do Facção Central;
"Aos Vivos", 1995, do Chico César;
"Espelho Cristalino", 1977, do Alceu Valença;
"Ave Sangria", 1974, do Ave Sangria;
"Quadrafônico", 1972, do Geraldo Azevedo e Alceu Valença;
"Metropolitano", 2006, da Banda Eddie
"Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar", 2008, Siba e a Fuloresta;

Fora vários que eu me esqueci. E Geraldo Filme, Clementina de Jesus e Adoniran Barbosa, que não conheço discos completos, mas acho as canções muito boas.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Fôia di Repôio nº 357

Me admira essa turma da internet que falam de politica com uma certeza forte. ( e eu só leio os de esquerda). 

Mas pensei agora: a complexidade dos governos do PT envolvem o seguinte: olha só: os governos do PT melhoraram a vida de muita gente e pioraram a vida de muita gente. Melhoraram a vida de muito pobre e pioraram a vida de muito pobre. Melhoraram a vida de muito rico e pioraram a vida de muito rico. 

Porque o que melhora pra um e o que piora presse mesmo um (e o que melhora pra outro e piora presse mesmo outro também) varia num grau disgraçado.

E ideologia são produzidas a todo momento. Ideologia daqui, ideologia de lá. A gente agora memo poderia produzir uma, invertar. Vamo?

Tudo isso nesse combo doido que envolvem os armados e os desarmados.

Antes que me corrijam os fiscais da concordância: turma, complexidade, ideologia e combo são plural.